Esta distrofia contínua e progressiva é caracterizada pelo abaulamento anterior da córnea, na forma de cone. Esta deformidade é resultado do afinamento central ou paracentral da córnea, geralmente inferior. A apresentação é geralmente bilateral e assimétrica.
O ceratocone ocorre de forma mais comum na puberdade, geralmente entre os 13 e os 18 anos de idade, progredindo por aproximadamente 6 a 8 anos. Depois deste tempo, tende a permanecer estável.
Ele pode estar associado a doenças sistêmicas como as síndromes de Down, Turner, Ehlers-Danlos, Marfan, além de atopias, osteogênese imperfeita e prolapso da válvula mitral. Ceratoconjuntivite vernal, aniridia, amaurose congênita de Leber e retinose pigmentar também são causas possíveis.
Um indício a ser investigado pode ser mudanças frequentes na prescrição de óculos ou diminuição na tolerância ao uso de lentes de contato.
O tratamento cirúrgico, com transplante de córnea, é indicado para os casos mais avançados ou com cicatrizes extensas que não melhoram com o uso de lentes de contato.
Após a cirurgia, geralmente, é necessário o uso de lentes de contato para obtenção de melhor acuidade visual.
Lentes de Contato e Ceratocone
Quando os óculos não possibilitam boa visão, o oftalmologista busca nas lentes uma adaptação mais fisiológica para o paciente, reduzindo os riscos de agressão à córnea e de piora da evolução da doença.
Há vários desenhos de lentes de contato que podem ser utilizados na correção óptica do ceratocone. A avaliação de qual o mais apropriado vai depender do estágio de evolução da doença.
Lembrando que todo usuário de lentes de contato deve fazer uma avaliação periódica de sua adaptação a cada 6 meses. A higiene prescrita também deve ser mantida: com limpeza e desinfecção a cada uso.